terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Sweet London


Capítulo I – A temível imigração

Desde o momento em que esperava na sala de embarque do Aeroporto de Valencia já estava apreensivo. E olha que eu costumo manter a calma nessas situações de espera em aeroporto. “Durmo” nos bancos dos saguões numa boa, sem reclamações. Entretanto o caso dessa vez era distinto, pois eu estava indo a Londres.

Em primeiro lugar porque Londres era um sonho para mim. Monarquia, Inglês Britânico, prédio de 700 anos de história, estar numa cidade que foi a capital de um grande império e continua sendo a capital financeira da Europa. Mas em segundo lugar tinha o medo de ser barrado. Ai vocês me perguntam, Você não tem visto de estudante?O que lhe incomoda?O que me incomodava é que a Inglaterra rema contra a corrente da União Européia e simplesmente não faz parte Zona Schengen, que é um acordo para eliminar as fronteiras internas da União Européia e dificultar a entrada de imigração ilegal no bloco. Meu visto está dentro desta zona, ou seja, eu posso circular livremente dentro dos países da UE e até na Suíça, que não faz parte do bloco. Mas os ingleses e os irlandeses bateram o pé e não fazem parte do acordo.

Depois de ouvir histórias de pessoas sendo mandadas de volta mesmo tendo o visto da Zona Schengen era totalmente normal o meu medo. Logo no carimbo do passaporte em Valencia senti a descriminação, os não europeus tinham os nomes escritos em papeizinhos quaisquer, ou seja, eu e um indiano que ia bem à minha frente na fila, já que todo o resto o era britânico ou espanhol. Para aliviar a tensão, na porta do avião, a aeromoça que checou a minha passagem e passaporte sorriu e disse que tinha nascido em Santos, mas pelo sotaque obviamente tinha vivido toda a sua vida na Inglaterra. Isso foi bem agradável.

Depois de um vôo tranqüilo e a chegada ao vazio aeroporto de Gatwick lá estavam os guichês da imigração. Bateu aquele frio na espinha, mas vamos lá.

 - Hello sir, are you coming for business or pleasure? 

Depois disso, tudo se desenrolou da maneira mais natural possível, exceto no momento em que ele perguntou se eu viajava sozinho e estranhou o fato de um viajante que havia passado por ele antes de mim ir para o mesmo albergue. Eu gelei, mas foi só o suspense do final, tudo deu certo e eu recebi o carimbo do bem no passaporte.

 

Capítulo II – Kensal Green Station – 639, Harrow Road, London. Hostel 639

Esse foi meu endereço por agradáveis e frios quatro dias, certamente muito poucos dias, mas definitivamente intensos dias. O hostel foi algo bem agradável, conheci um brasileiro holandês muito gente boa e com ele descobri que eu tenho um forte sotaque paraibano (é incrível as coisas estúpidas que você pode se dar conta nos momentos mais interessantes).

Para falar a verdade não tem muita coisa para falar sobre o hostel, e eu vou aproveitar esse capítulo para comentar os momentos de nostalgia que bateram quando eu estava lá. O fato é enquanto eu estava lá também estavam hospedados dois grandes grupos de adolescentes. Um grupo, suponho, vinha da França, pois além de falar francês tinham um sotaque muito característico que eu aprendi a diferenciar do belga, graças a minhas coleguinhas de classe (e olha que eu não falo nada de francês). E outro de Espanhóis, ou melhor, catalães, pois só falavam esse bonito e orgulhoso idioma (no, Jo no parlo catalá, però sé quan estan parlant).

Por coincidência, ou por desgraça, meu quarto ficava ao lado do quarto de umas oito francesinhas adolescentes, e isso foi realmente desagradável. Toda noite elas ficavam com brincadeiras com os garotos, abriam e fechavam a porta com força, gritavam, corriam, a coisa parecia mais uma dança do acasalamento, que me perdoem o termo. O ponto que eu quero chegar é o seguinte: Toda vez que eu ficava puto pelo fato de não conseguir dormir lembrava que eu já tive a mesma idade e achava tudo isso um máximo. Então dava uma risada de canto de boca e tentava dormir novamente. E cinco minutos depois amaldiçoava aqueles “hijos de puta” que não me deixavam dormir! Hehe, mas tudo na maior paz. E cara, é um máximo ter 15 anos. Eu tive essa idade há apenas cinco anos atrás, mas parece que foi uma eternidade, como as coisas mudam em pouco tempo.

 

Capítulo III – Das sensações e dos momentos – Please, mind the gap

A frase em inglês que está no título é repetida a todo o momento no metro de Londres. Lembra aos viajantes que há um espaço entre o trem e a plataforma, ao qual se deve manter atento para evitar acidentes. A frase também me lembra Amanda, que foi minha companheira de viagem nos últimos dois dias e realmente admito que sem ela teria sido menos divertido, menos cansativo e menos memorável. Ela me fazia andar o dia inteiro e conhecer tudo que era possível da apaixonante Londres. Estivemos na London Eye, no madame Toussou, no Britsh Museum, enfim, junto com ela estive nos momentos mais divertidos da viagem e a agradeço por isso.

Estar na Frente do Big Ben, presenciar a troca da guarda no Palácio de Buckingham(tudo bem que só o finzinho), ver Londres do topo da London Eye, caminhar pelo Hyde Park nevado, ver a pedra da roseta de perto no Britsh Museum e atravessar a Tower Bridge foram sonhos que eu realizei. Aproveitei cada momento que eu pude da velha Londres e ficará guardado na minha memória para sempre.


Até a próxima! o/

5 comentários:

Virgínia Milanesi disse...

ah, London, London... *.*

Que lugar fantástico! :D
Depois quero ver a descrição da Itália, hein? (pobre Itália...heheh)


165 dias já se passaram, né?

Bjão! :*******

Anônimo disse...

"Hello sir, are you coming for business or pleasure?"
Q coisa mais engraçada de se perguntar!! Diego disse q parece entrada de cabaré! Você veio procurando negócio ou prazer, el amante latino?? ^^

Carimbo do bem! hUASUHauhsuUASUHas
Você fica lá imaginando oq pode acontecer se ganhar um carimbo do mal, todo mundo vai saber q vc é um mutante, seus dias estarão contados! Soa um alarme, você começa a correr desesperado. Os guardas recebem ordens para não deixar ngm entrar ou sair do aeroporto até segunda ordem! Você entra no banheiro, fica escondido numa cabine pensando numa forma de sair dali... Arruma um disfarce e sai devagar, para não levantar suspeitas. O.O'
[Tá, parei! :X ]

"Isso foi realmente desagradável"
A gente nunca acha q pode sentir tanta falta de uma expressão... :T

EITA, RAMOOON!! Tá, véi, viu? Um velhinho de cabelos brancos deitado na cama, reclamando da vida e lembrando da adolescência longínqua!

Cara, deve ser realmente mágico conhecer Londres! E q bom q vc tava acompanhado de alguém q gosta de andar. HAUSUas
Sonho-mor! *.*


:***

Fernanda disse...

mto bom...
como foram todos esses outros posts, durante a breve estada valenciana...

Clara disse...

ah, londres...=~

Amanda Carvalho disse...

andar ramon!!! kkkkkkk... londres foi perfeita, um sonho realizado pra mim tbm!!!