terça-feira, 30 de setembro de 2008

¿Hablas alemán?


Na última semana tenho dividido quarto com um austríaco que estava sem apartamento. Manuel (os pais dele acharam legal esse nome português). Bem, nessa sexta ele me chamou pra sair com uns amigos dele. Eu não lembro os nomes deles, mas era uma austríaca, e um casal de alemães.


Bem, era cedo ainda e então saímos pra jantar, os encontramos e eu cumprimentei as garotas em espanhol e elas responderam normalmente em espanhol e o carinha soltou um "hola" meio tímido. Logo em seguida começaram a falar alemão entre si, normal, a língua materna de todos é o alemão. Manuel me alertou que as meninas falavam espanhol, mas o carinha não. Aparentemente isso não era um problema porque eu estava com Manuel e por mais que ninguém falasse comigo eu poderia falar com ele.

Entretanto, antes mesmo de chegarmos ao restaurante, Manuel atendeu a um telefonema que o irritou muito e ele passou muito tempo discutindo ao celular (em alemão). Chegamos ao restaurante, sentamos e ele continuou discutindo lá fora. As meninas foram até gentis e conversaram um pouco comigo em espanhol. Porém logo o assunto se esgotou e diante do silencio eles começaram a falar alemão alegremente, e eu fiquei caladinho, olhando ao redor, louco pra que Manuel voltasse. Depois de uns 10 minutos ele voltou, mas estava meio chateado e ficou calado por um tempão.

Depois do restaurante fomos pra um bar no Barrio de Carmen e a história se repetiu, só que com o apóio de Manuel. As coisas estavam realmente ficando desagradáveis, eu já nem olhava pras pessoas, ai Manuel se tocou e de vez em quando falava comigo, mas era bem de vez em quando. A pior parte foi quando ele começou a contar uma história todo empolgado e todos fazendo cara de nojo e rindo e eu com aquele olhar pidão. De repente no meio da história ele começa a contar em inglês e as pessoas riram e chamaram a atenção dele, que não tinha percebido a mudança de língua. Mas isso foi muito bom na verdade porque eu comecei a entender (apesar de não falar muito bem, entendo um bucadinho). Então, para felicidade geral da nação, ele contou a história em inglês, era sobre quando ele viveu em Macau e como os chineses tem hábitos considerados nojentos pelos ocidentais. Mas como felicidade de latino dura pouco, foi só essa história em inglês, em seguida continuou com as outras conversas em alemão.

Pra vocês não pensarem que minha noite foi uma droga nós só ficamos com esse pessoal até uma da manhã. Depois fomos encontrar uns amigos espanhóis de Manuel num bar no centro de Valencia, e depois fomos pra uma boate bem legal onde eu entrei de graça e conheci uma brasileira, e teve a garota finlandesa que deu em cima de Manuel com o namorado do lado, e a galera louca dançando em cima do palco. Mas tudo isso é outra história.


Dica 1: Não aprendam alemão, é uma língua detestável;

Dica 2: Sempre que sair verifique se todos falam alguma língua em comum com você;

Dica 3:Cuidado com as finlandesas!


Até a próxima!

domingo, 28 de setembro de 2008

¿Quieres salir de fiesta?


Quarta “salí de fiesta” pela primeira vez desde que cheguei em Valencia.. Tudo bem, eu sei que demorei um bucado, mas é porque não conhecia quase niguém e não sabia nem onde se fazia alguma coisa na cidade. Pois bem, nesta quarta meu colega de apartamento, Joaquín, me chamou para dar uma saída.

Saímos a meia-noite (antes disso é considerado muito cedo) e Joaquín me levou a uma zona de bares e boates que fica bem atrás do nosso apartamento, é chamado de Barrio de Carmen. São varias praças com muitos bares e boates. Meu colega escolheu o Bolsería Café para ficarmos. É um bar, com uma pista de dança e Dj. O lugar é bem legal, você não paga entrada, mas em compensação as coisas são bem caras. Para exemplificar (é o único exemplo que tenho) uma Heineken long neck custa 4,50€. Foi a única coisa que consumi durante toda noite, uma cerveja. Não dá para sair para beber em Valência. A grande solução que os jovens encontraram é o que eles chamam de “beber de botellón”, o mesmo que reunir um grupo de amigos, comprar bebida no supermercado (que é centenas de vezes mais barato) e ficar numa roda bebendo, na praça por exemplo.

O interessante é que no bar, a metade das pessoas eram turistas. A grande maioria, ingleses. Outra coisa interessante e nada agradável é que 80% das pessoas fumam, e dentro do ambiente fechado. Você chega em casa só cheirando a cigarro.

Até agora Valência parece espetacular, cheio de lugares interessantes e, principalmente pessoa interessantes. Algo que queria comentar é que conversava com meu colega Joaquín sobre o que se tem para fazer em João Pessoa e percebi que as duas cidades tem mais ou menos o mesmo número de habitantes e o mesmo tamanho, porém, ele acabou percebendo (o que nós já sabemos a muito tempo) que João Pessoa tem pouquíssimas poucas casas de show, boates e todas essas coisas que fazem de uma cidade turística algo mais atrativo. Não foi nada agradável ter isso constatado por um estrangeiro. Com certeza não dá pra comparar com Valência que está na europa, mas por favor né, nós poderiamos nos ajudar um pouco mais para sermos colocados no mapa turístico. mas isso foi só um desabafo de pessoense orgulhoso. Até a próxima!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Impressões. Parte 1


Antes de mais nada quero deixar claro que tudo que está escrito aqui são opiniões muito particulares, sem nenhum embasamento antropológico, ou qual quer que seja. Portanto, palavras cheias de juízo de valor.

Hoje começaram as aulas na Universitat de València (Universidad de Valencia). Tinham me informado que, apesar dos estrangeiros só fazerem a matrícula no dia 25 eu poderia assistir aula a partir de hoje. Mas quando chego no departamento as pessoas não sabem dar informações. Enfim, fiquei uma meia hora no hall do departamento esperando para falar com as pessoas e foi um momento interesante. Interesante porque pude dar uma boa olhada nos estudantes do departamento de comunicação e letras, e nessa boa olhada eu percebi que a universidade pode ser em qualquer lugar do mundo, mas sempre vai ter certos padrões. Por exemplo: Há sempre pessoas que são revoltinha, se vestem bem displicentemente, fazem cabelos estilosos (vi uma garota com as laterais da cabeça raspadas formando uma espécie de tatuagem semelhante a pelagem de uma onça, pouco esquisito?), cheios de piercings, emos, indies e todas essas coisas; há as patricinhas e os playboys; há os “normais”; e há os estrangeiros. Mas se bem que a quantidade de estrangeiros que tem aqui não é lá tão parecida com a que temos na UFPB.

Mas tem também as diferenças: Parece que todos os habitantes desse país fumam. E entre os jovens isso parece ser maior ainda. Quando se chega na frente da universidade tem trocentas pessoas fumando do lado de fora, e todos são estudantes.

Nas ruas eu percebi uma moda interesante entre as garotas espanholas (ou ao menos valencianas), 8 em cada 10 garotas (eu produzi essa pesquisa) tem piercing na boca. Só que num é um piercing muito comum, que eu tenha visto no Brasil. É uma bolinha discreta embaixo do lábio, é diferente, e é moda (eu prometo tirar fotos depois e postar).

Há um museu ou monumento histórico em cada esquina, além de eventos culturas periódicos. Como era de se esperar de uma cidade européia, a cultura e o conhecimento são muito valorizados.

Para quem não sabe, a Espanha tem varios dialetos além do castelhano que é a língua oficial. A Comunidade Valenciana, onde está localizada a cidade de Valência (a capital) também tem seu dialeto, o valenciano. Uma dúvida cruel que eu tinha era se teria de aprender esse dialeto para poder me comunicar com as pessoas nas ruas e tudo mais. Só que eu vi, e o que me foi dito, é que as pessoas não costumam falar esse dialeto. Se aprende na escola, está em todas as placas e e serviços públicos (tudo que é direcionado ao público é bilingüe, valenciano e castelhano), tem dois canais na TV em valenciano, mas todos falam castelhano. Aqui, pelo menos até agora, percebi que o sentimento autónomo não é tão forte como na catalunha (aqui ao lado).

Ao contrario do que se pensa, na Espanha há violencia. Claro que longe de ser como no Brasil que você tem medo de andar a noite na rua e ser assaltado, mas há sim. Todo dia escuto carros de policía pasando com as sirenes ligadas, vejo no jornal assaltos a lojas e assassinatos.. Tudo bem, eu moro no centro e se eu quiser andar as 3 da manhã pelas ruas sozinho, certamente não acontececrá nada comigo, mas também não é o paraíso. Hoje mesmo, agora pela manhã, um homem foi preso embaixo da minha janela. Escutei pessoas gritando “al suelo, al suelo”, quando apareci na varanda tinha dois polícias com armas apontadas para uma sujeito negro (faço questão de frizar porque provavelmente é imigrante) e mandando ele deitar no chão. Não sei os motivos, mas o cara foi levado para delegacia. Nos meus 20 anos nunca vi uma prisão em João Pessoa, precisei vir para Espanha para ver.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

O caso das tortillas


Quando se está morando sozinho tudo parece muito legal, e é. Mas o pior de tudo é ter que cozinhar e, caramba, hoje foi o meu pior dia de comida até agora. Eu acordei cedo porque tinha um plano. Cedo em termos de férias, acordei as 09:00. Meu plano era: lavar a louça, colocar as roupas na máquina, almoçar e dar uma volta pela cidade. E tudo começou bem, levantei, lavei a louça, pus a roupa na máquina (demorei um pouco para entender como fazê-la funcionar), dei uma olhadinha no orkut e fui fazer o almoço.

Quando cheguei na cozinha lembrei de uma coisa. No congelador tinha uma tortilla (uma especie de omelete) daquelas que bota no microondas e tá pronto. AHA! Eu tinha uma carta na manga, ia comer bem e não ia ter nenhum trabalho. Coloquei a tortilla no microondas no tempo determinado, quando acabou, nada, não estava boa. Pus mais 2 minutos e nada. Na embalagem dizia que também podia fazer na frigideira e explicava como, então resolvi tentar. Fritei e pareceu bom. Coloquei no prato e botei um copo do terrível suco de laranja de caixa que eu comprei (foram 0,69 centavos de EURO, agora tenho que beber tudo) e fui para mesa.

Ai foi o pior momento porque percebi que as bordas estavam boas, mas o meio, parecia que tava podre. Eu mencionei que essa tortilla estava na geladeira eu não sei a quanto tempo porque ela foi deixada pelos antigos moradores do apartamento? Pois é, e eu me arrisquei só para não ter nenhum trabalho. Acabei almoçando um sanduíche. E devo dizer que o desastre culinário me fez perder o ânimo para prosseguir com o plano. Nesse moimento ao invés de estar desbravando Valência eu tô escrevendo esse texto.

Pois ficam as dicas, galera:

1. Não coma nada que você não saiba a data de validade
2. Não compre sucos de laranja em caixa na espanha, essa foi a segunda vez que eu fiz isso e deu errado.

Até a próxima o/

terça-feira, 16 de setembro de 2008

A INCRÍVEL JORNADA


Depois de 7 horas de vôo, começam a aparecer na imensidao escura do oceano, pequenos pontos brilhantes que logo se multiplicam, pouco a pouco. O comandante, falando português com aquele sotaque engraçado, logo diz: - Sejam bem-vindos a Lisboa

A partir desse momento entendi de vez. Tô na europa, vou viver um ano aquí, longe de tudo e de todos de quem gosto. Vai ser difícil, muito bom. Falei com Karol que viajava ao meu lado (foi estudar em Portugal) e foi muito ter alguém para dividir a emoçao da europa pela primeira vez.

Depois do encantamento, o transtorno. Sao seis da manha em Lisboa e minha conexao só ia sair as 11:20. Passar cinco horas no aeroporto sem nada para fazer é foda. A melhor coisa que aconteceu nesse tempo foi ouvir a chamada do vôo para Madrid.

Muito bem, devo dizer que a TAP enganou a todos nesse vôo. Foi até engraçado quando o ônibus que leva os passageiros do portao até o aviao chegou do lado de um aviao da Portugália airlines que mais parecia um ônibus da Sao Jorge. O que mais ouvi, nas mais diferentes líguas foi: “Esse é o vôo para Madrid?”dentro do aviao só tinha um corredor e era tudo muito apertado e velho, enfim, parecia um ônibus.

Quando cheguei a Madrid minha amiga Laura me esperava. O que foi interessante é que ao chegar em barajas nao me pediram nem o passaporte. Depois me explicaram que como eu tinha apresentado tudo em Portugal nao precisaria mostrar em nenhum outro país da UE.

Como nem eu, nem ela tínhamos muito tempo, rapidamente Laura me deixou na estaçao de metrô e me deu as indicaçoes para chegar a estaçao de trem. Chegando na estaçao de trem, tive que esperar um tempao para comprar o bilhete para valência. A mulher falava muito rápido e me dava duas opçoes. Sinceramente, nao entendi quase nada. O que entendi foi que tinha um que saía as 16:00 e outro que saía as 17:00. Nesse momento eram 15:40, entao pedi: - La más cerca. Paguei e saí correndo para pegar o trem das 16:00. Até agora nao mencionei mas desde que desembarquei em Madrid estava carregando duas malas grandes e uma mochila e fica a dica: nao façam isso a menos que seja extremamente necessário. Subir e descer escadas com duas malas nao é nada legal.

O que eu nao sabia é que peguei o trem errado. Nao o errado que vai dar no lugar errado. Mas o errado que demora três horas a mais para chegar. O resultado disso foi que cheguei as 22:00 em Valência. O que nao mencionei também é que a dona do apartamento que deveria me buscar nao estava sabendo da minha chegada em valencia, sabia o dia, mas nao sabia a hora porque nao consegui ligar para ela em Portugal e nao deu tempo de ligar em Madrid.

Acho que o pior momento foi chegar em Valência a noite e se saber para onde ir. Foi a primeira vez que me deu medo. No trem eu tinha perguntado ao funcionário da Renfe sobre a minha rua em Valência. Por sorte ele tinha um cartaz da corrida de F1 que aconteceu em Valência e nesse cartaz tinha um mapa com as ruas e as linhas de metrô da cidade. E ele me disse qual era a linha de metrô. Peguei o metrô até o centro, onde ficava minha rua e fui atrás de um telefone público.


A primeira imagem da cidade que tenho é um homem saindo do metrô a meia noite gritando e xingando uma mulher que parecia ser sua namorada. O cara tava enlouquecido e quase quebrou o anúnio luminoso da movistar que tinha na frente dele. Bem, para finalizar, consegui falar com la Señora Isabel que foi me buscar e me levou ao apartamento. Cheguei pouco mais de 00:00 e aí me lembrei que nao tinha comido desde do aviao esquisito, de uma hora da tarde.


Prometo que as próximas postagens serao menores, mas eu tinha que contar tudo direitinho.

A volta a comunicaçao, finalmente!


Terça, 16 de setembro de 2008. A partir de hoje começo a atualizar o blog freqüentemente daquí de valencia. Finalmente comprei o computador e tudo se torna mais fácil a partir de agora. Vou contar as histórias aos poucos para que nao fiquem cansativas. Peço que todos tenham paciência em relaçao a falta de “til” nas palavras, mas é o único sinal gráfico que nao tem no teclado espanhol e nao dá para mudar toda a configuraçao só por causa de um “til”. Por agora fiquem com a incrível jornada.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Dando notìcias

Galera, cheguei em Valência!!!!!!!!

A cidade é espetacular, tudo é lindo, mas foi uma incrivel jornada pra chegar a`té aqui. nesse momento estou numa espécie de Lan que se chama Locutorio. Nao comprei meu computador ainda, por isso a demora em postar e em dar notìcias. `Presumo que até a semana que vem vai ser assim, com dificuldades de entrar na net. Mas semana que vem vou contar as històrias que já tenho guardadas e acredito que todo mundo vai gostar. Por enquanto só vai esse post pra dar satisfaÇao mesmo. Entao, esperem pela semana que vem que vem coisa muito boa por aí. ¡Hasta Pronto Brasil!

ps: esses erros de digitaÇao sao impossíveis de corrigir porque o teclado é espanhol e nao está sendo nada fácil pra mim. Bjaum!