terça-feira, 23 de setembro de 2008

Impressões. Parte 1


Antes de mais nada quero deixar claro que tudo que está escrito aqui são opiniões muito particulares, sem nenhum embasamento antropológico, ou qual quer que seja. Portanto, palavras cheias de juízo de valor.

Hoje começaram as aulas na Universitat de València (Universidad de Valencia). Tinham me informado que, apesar dos estrangeiros só fazerem a matrícula no dia 25 eu poderia assistir aula a partir de hoje. Mas quando chego no departamento as pessoas não sabem dar informações. Enfim, fiquei uma meia hora no hall do departamento esperando para falar com as pessoas e foi um momento interesante. Interesante porque pude dar uma boa olhada nos estudantes do departamento de comunicação e letras, e nessa boa olhada eu percebi que a universidade pode ser em qualquer lugar do mundo, mas sempre vai ter certos padrões. Por exemplo: Há sempre pessoas que são revoltinha, se vestem bem displicentemente, fazem cabelos estilosos (vi uma garota com as laterais da cabeça raspadas formando uma espécie de tatuagem semelhante a pelagem de uma onça, pouco esquisito?), cheios de piercings, emos, indies e todas essas coisas; há as patricinhas e os playboys; há os “normais”; e há os estrangeiros. Mas se bem que a quantidade de estrangeiros que tem aqui não é lá tão parecida com a que temos na UFPB.

Mas tem também as diferenças: Parece que todos os habitantes desse país fumam. E entre os jovens isso parece ser maior ainda. Quando se chega na frente da universidade tem trocentas pessoas fumando do lado de fora, e todos são estudantes.

Nas ruas eu percebi uma moda interesante entre as garotas espanholas (ou ao menos valencianas), 8 em cada 10 garotas (eu produzi essa pesquisa) tem piercing na boca. Só que num é um piercing muito comum, que eu tenha visto no Brasil. É uma bolinha discreta embaixo do lábio, é diferente, e é moda (eu prometo tirar fotos depois e postar).

Há um museu ou monumento histórico em cada esquina, além de eventos culturas periódicos. Como era de se esperar de uma cidade européia, a cultura e o conhecimento são muito valorizados.

Para quem não sabe, a Espanha tem varios dialetos além do castelhano que é a língua oficial. A Comunidade Valenciana, onde está localizada a cidade de Valência (a capital) também tem seu dialeto, o valenciano. Uma dúvida cruel que eu tinha era se teria de aprender esse dialeto para poder me comunicar com as pessoas nas ruas e tudo mais. Só que eu vi, e o que me foi dito, é que as pessoas não costumam falar esse dialeto. Se aprende na escola, está em todas as placas e e serviços públicos (tudo que é direcionado ao público é bilingüe, valenciano e castelhano), tem dois canais na TV em valenciano, mas todos falam castelhano. Aqui, pelo menos até agora, percebi que o sentimento autónomo não é tão forte como na catalunha (aqui ao lado).

Ao contrario do que se pensa, na Espanha há violencia. Claro que longe de ser como no Brasil que você tem medo de andar a noite na rua e ser assaltado, mas há sim. Todo dia escuto carros de policía pasando com as sirenes ligadas, vejo no jornal assaltos a lojas e assassinatos.. Tudo bem, eu moro no centro e se eu quiser andar as 3 da manhã pelas ruas sozinho, certamente não acontececrá nada comigo, mas também não é o paraíso. Hoje mesmo, agora pela manhã, um homem foi preso embaixo da minha janela. Escutei pessoas gritando “al suelo, al suelo”, quando apareci na varanda tinha dois polícias com armas apontadas para uma sujeito negro (faço questão de frizar porque provavelmente é imigrante) e mandando ele deitar no chão. Não sei os motivos, mas o cara foi levado para delegacia. Nos meus 20 anos nunca vi uma prisão em João Pessoa, precisei vir para Espanha para ver.

2 comentários:

Anônimo disse...

eu também notei o piercing em toda garota espanhola, tanto em Portugal com na Galiza.

jhow disse...

vixe q esse blog ta fraquissimo
kd as coisas emocionantes desse país????
vamo postar mais coisas ai hein